Estudo Bíblico

7 lições na Cura do leproso

Mateus 8:1-4

A Palavra de Deus é tão rica que, em apenas 4 versos, o Senhor nos dá 7 lições importantes para nossas vidas com o episódio narrado em Mateus 8, onde Jesus cura um leproso.

“1 E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão.
2 E, eis que veio um leproso e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.
3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra.
4 Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.”

A lepra, além de ser uma doença terrível, também simboliza o pecado na Bíblia. Depois de contraída, podia demorar muito para se manifestar visivelmente. Da mesma forma, o pecado se esconde e, muitas vezes, demora para aparecerem os sintomas. Assim como a lepra corrompe aos poucos o corpo humano até levar à morte, o pecado corrompe a alma humana até levá-la à morte, pois o salário do pecado é a morte. A lepra também era considerada um castigo divino por causa de algum pecado. Então, aprendemos que, da mesma forma que Jesus teve e tem poder para restaurar o corpo humano, de limpar o corpo humano da lepra ou de qualquer outra doença, Ele também tem poder para limpar nossa alma de todo pecado, por pior que seja, e nos restaurar. Ninguém pode ser salvo por suas próprias obras; nossa alma só pode ser salva se Jesus nos limpar de todo o pecado (Romanos 6:23 e Efésios 6:8-10).

Além de ser vista como um castigo divino, as pessoas que sofriam de lepra eram excluídas do convívio social. Dizem os historiadores que os leprosos tinham que andar com um sino no pescoço para avisar sobre sua presença e gritar “Impuro!” quando encontrassem alguém. Esta enfermidade não era apenas uma condenação de morte física, mas também uma condenação ao isolamento social, pois, por causa dela, o leproso tinha que abandonar sua família, seu trabalho e viver fora do arraial, da vila ou da cidade. Imagine uma mãe ou um pai tendo que abandonar seus filhos, seu cônjuge e viver o resto da vida longe de tudo e de todos. Antes de morrer fisicamente, a pessoa morria aos poucos pela exclusão social e pela solidão, restando-lhe apenas o convívio com outros leprosos. Em Levítico 13:44-46 e no capítulo 14, existe a lei dos leprosos. E, por mais que este protocolo pudesse ser cruel para com os leprosos, isso era necessário. Era uma questão de saúde pública. Não havia nada de errado com esta lei. Pelo contrário, os hebreus na época de Moisés, e até depois dela, foram considerados o povo mais avançado em vários quesitos em relação a outros povos, principalmente em saúde, justamente por causa de leis como essas, que possuíam protocolos de quarentena. Nenhum outro povo tinha esses protocolos. Isso significa que, quando aconteciam doenças contagiosas desse tipo, vilas ou cidades inteiras eram aniquiladas, simplesmente porque todos eram contaminados. Observe que o leproso não falou em cura, mas sim em purificação, e foi isso que Jesus fez ao curar o leproso de sua lepra: ele foi purificado no corpo e na alma. Não só sua saúde foi restaurada, mas também toda sua vida familiar, financeira e social. Aprendemos com isso que, quando somos de fato purificados de nossos pecados, somos restaurados em todas as áreas de nossas vidas, e tudo aquilo que foi contaminado com a lepra do pecado pode ser restaurado por Jesus.

5. Jesus tocou no leproso

No verso 3, vemos que Jesus tocou no leproso para curá-lo. Sabe o que a lei dizia sobre isso? Quem tocasse um leproso também era considerado impuro, pois podia estar contaminado. Sabe o que isso significa? Jesus, ao tocar o leproso, também se tornou impuro. Por isso está escrito em Isaías que “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades”. Diferente dos religiosos da época, que não ousavam tocar em um leproso, Jesus, ao tocá-lo e curá-lo, não apenas estava fazendo um milagre porque tinha que fazer, mas estava demonstrando compaixão. De fato, Ele não precisava tocar o leproso para curá-lo. Há vários registros nos evangelhos de que Jesus curou à distância, mas o Seu toque era um gesto de amor. Jesus estava se nivelando ao leproso, tornando-se impuro com ele. Está escrito que “Ele, sendo rico, se fez pobre por nós”. Ou seja, Jesus, sendo Deus, se humilhou ao ponto de ser como nós, com exceção do pecado. Por isso, o que Ele falava tocava as pessoas, porque Ele tinha poder, autoridade e amor. Aprendemos, então, que, se quisermos tocar a vida das pessoas com a Palavra de Deus, se quisermos ganhar almas para Jesus, nunca podemos nos considerar melhores ou acima delas. Quando fazemos isso, estamos mentindo para nós mesmos e também distanciando essas pessoas de Deus.

6 – Jesus cumpriu toda a lei e você?

Depois que o leproso foi curado, e vale ressaltar que sua cura foi imediata, Jesus o mandou se mostrar ao sacerdote, porque, de acordo com a lei (lembra do protocolo que mencionei anteriormente?), somente o sacerdote tinha autoridade para determinar que alguém estava ou não leproso. Era como uma certificação, e para este ex-leproso voltar ao convívio social, ele teria que ter essa certificação. Aprendemos que Jesus cumpriu toda a lei, porque Ele mesmo a havia feito, pois Ele e o Pai eram um: Deus. Ninguém mais conseguiu cumprir à risca toda a lei, somente Jesus. Ele foi perfeito em tudo. Você consegue cumprir todas as leis e regras da justiça humana sem errar em nada? Você conseguiu cumprir, na sua vida, todas as regras que um bom pai, mãe, filho(a), marido ou esposa deveria cumprir como diz a Bíblia? Certamente você e eu já falhamos em algumas coisas (ou todas), não é verdade? Por isso, Jesus Cristo tem poder para nos perdoar e nos transformar em pessoas melhores, porque, através d’Ele, pela fé, cumprimos toda a lei. Mas claro que não é por causa disso que temos permissão para desobedecer as leis civis, não se esqueça disso!

 

7 – Submissão à vontade de Deus

Nesta última, mas não menos importante lição com este milagre, o leproso não pediu a cura, mas afirmou que, se “Jesus quisesse, Ele podia purificá-lo”. O homem se aproximou de Cristo com fé de que Ele tinha poder para curá-lo, mesmo sem ter nenhum relato de outras pessoas curadas por Ele, pois o ministério de cura de Jesus estava apenas começando. Este homem já havia demonstrado o reconhecimento de Sua autoridade como Deus ao adorá-lo. Os judeus sabiam muito bem que não se podia ajoelhar diante de pessoas ou imagens, a não ser diante de Deus. Lembre-se de Sadraque, Mesaque e Abedenego. Somente Deus era digno de adoração, então, ao adorá-lo, o leproso o reconheceu como Deus. E ao não pedir o milagre, ele demonstrou que sabia que Jesus tinha poder para isso; no entanto, ele se submeteu à Sua vontade. O leproso disse que, se Jesus quisesse curá-lo, então ele seria curado, dependia exclusivamente de Sua vontade. E Jesus respondeu que sim, demonstrou Sua vontade, e o homem foi curado, aleluia! Aprendemos com esta lição que devemos nos submeter à vontade de Deus, independentemente das circunstâncias. Não somos dignos de exigir alguma coisa de Deus jamais, nenhuma de nossas obras nos dá esse direito, pelo contrário, é pela graça. A teologia da prosperidade, que entrou em muitas igrejas, distorce essa graça de Deus em pagamento por nossas obras, um verdadeiro “toma lá dá cá”, uma heresia sem tamanho que torna Deus nosso garçom e nós, seu senhor. Não caia nessa. Até mesmo quando pedimos algo, devemos submeter esse pedido à vontade de Deus. Pois, quando em Romanos 12:2 diz que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável, está dizendo para quem? Ela é boa, perfeita e agradável para Deus, mas nem sempre a vontade de Deus é boa, perfeita ou agradável para nós. Porque Ele, sendo Deus, sabe realmente do que nós precisamos ou não, no momento oportuno. Nem sempre nossa vontade está de acordo com a vontade de Deus. Portanto, aprendemos que nos submeter à vontade de Deus é tão importante quanto ter fé.

Vemos que, neste pequeno texto com apenas 4 versos, o Senhor nos ensina muita coisa. Por isso, foi tudo registrado para nos abençoar. Deus é tremendo! Toda honra e glória ao nosso Deus!

Autor: Pr. Flávio Gabriel

 

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