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Farsa revelada: Se Jerusalém é tão importante para o Islã, por que não está no Alcorão?

O raciocínio sobre o qual o supremacismo islâmico se baseia é que o islã existe para dominar e não para ser dominado (Alcorão 9:33), e que os muçulmanos são as melhores criaturas (Alcorão 3:111) ao passo que os kufar (os não muçulmanos) são as criaturas mais perversas (Alcorão 98:6, 8:55). E para fazer valer estes versos, os muçulmanos, ao longo dos tempos, tem se valido de subterfúgios ou alterado a história. 

Por que um lugar ignorado pelo Alcorão se tornou uma cidade tão importante?

A mesquita de Al Aqsa e a afirmação de Jerusalém ser a terceira cidade sagrada do islamismo são consequência desta mentalidade. Por que um lugar ignorado pelo Alcorão se tornou uma cidade tão importante? Afinal, Jerusalém não é mencionada no Alcorão uma única vez, não é o lugar para onde muçulmanos oramnão é mencionada uma vez por nome nas orações, e não esteve ligada a nenhum evento da vida de MaoméA cidade nunca serviu como capital de um estado soberano muçulmano, e nunca se tornou um centro cultural ou acadêmico. Jerusalém nunca teve importância política para os muçulmanos, que preferiram centros como Damasco, Bagdá ou Cairo. 

A resposta é a imposição da superioridade do islamismo sobre o judaísmo e o cristianismo, já que Jerusalém é sagrada para estes duas religiões. Ao te-la conquistado e ocupado militarmente, durante a campanha de expansão do Califado Rashudin, no ano de 638 (seis anos após a morte de Maomé), os líderes muçulmanos tinham que mostrar a superioridade do islão, e para isso, inventaram história, construindo uma mesquita exatamente onde o Templo Judaico havia existido, e afirmando que Maomé esteve naquela mesquita, usando como base a alucinógena viagem de Maomé até o paraíso islâmico montado em um jumento alado, chamado Burack (sim, o som é o mesmo).

Hoje em dia, muitas pessoas matam e morrem por causa desta história inventada. Matam e morrem por causa de uma mentira.

Isso é uma condição mental conhecida como inveja patológica, que leva a quem sofre dela desejar o que outros desejam, porém perdendo o interesse ao possuir o que foi desejado pelos outros.

O ALCORÃO NÃO MENCIONA JERUSALÉM

O texto abaixo foi construído baseado em parte no artigo The Muslim claim to Jerusalem, escrito por Daniel Pipes, e publicado no Middle East Quarterly, em setembro de 2001, com a inclusão de diversas inserções, comentários, textos e referências adicionais.

Bíblia judaica menciona Jerusalém 669 vezes. Os judeus vem rezando “ano que vem, em Jerusalém” a milhares de anos. O Novo Testamento menciona Jerusalém tantas vezes (154), a tal ponto de a espiritualiza-la como a “Jerusalém Celeste”.  Seria então lógico de se pensar que tamanho barulho feito pelos muçulmanos fosse justificado. Porém, para a surpresa de todos, o Alcorão não menciona Jerusalém uma única vez!

O colunista Moshe Kohn observa que Jerusalém e Sião aparecem com tanta freqüência no Alcorão “como no livro hindu Bhagavad-Gita, no livro taoísta Tao-Te Ching, no livro budista Dhamapada e no livro Zend Avesta do Zoroastriano”, ou seja, nenhuma vez.

Historicamente, mesmo se desconsiderarmos a narrativa bíblica do primeiro templo judeu, destruído pelos babilônios, existe o fato histórico da existência de um grande templo judaico (o segundo templo) erguido em Jerusalém, através dos registros históricos dos persas, gregos e romanos. A ligação cristã tem em Jerusalém o local onde o cristianismo começou. Mas a única ligação histórica que os muçulmanos têm com Jerusalém foi quando os jihadistas muçulmanos conquistaram militarmente a cidade, seis anos após a morte de Maomé. Maomé nunca pôs os seus pés em Jerusalém.

Arco de Tito, em Roma, celebra a destruição do templo judeu, no ano 70 d.C.

 

No ano de 638, as tropas muçulmanas cercaram Jerusalém, na época parte do Império Romano do Oriente (Império Bizantino). O particarca da cidade, Sofrônio, negociou a rendição da cidade ao califa Umar temendo que a cidade tivesse a mesma sorte que outras cidades conquistadas pelo islão (estupro, pilhagem e execuções em massa). Ele também impôs a condição de que os muçulmanos poupassem os lugares sagrados. Mas esta condição não foi cumprida, e Sofrônio morreu de tristeza alguns meses depois, devido a profanação dos lugares sagrados cristãos. Ele ainda conseguiu contrabandear a Cruz Verdadeira e outras relíquias para Constantinopla, salvando-as.

Após ser conquistada, Jerusalém caiu no esquecimento. Ela apenas ganharia importância quase 70 anos depois, durante a segunda guerra civil (segunda fitna) muçulmana. Na época, o califa omíada Abdul Malik pensou em fazer de Jerusalém a sua capital, planejando uma séria de obras, sendo a mais famosa de todas o Domo da Rocha, exatamente no local do Templo judáico, para deixar claro a sua superioridade sobre o judaísmo e o cristianismo. A construção começo em 688 e terminou em 691.

O Domo da Rocha

 

O que aconteceu após isso, faz parte de uma conspiração. Para compreendê-la, é preciso consultar o verso 17:1 do Alcorão:

 Glória a Ele que tomou Seu servo à noite da Mesquita Sagrada até a mesquita mais distante.
(Subhana allathina asra bi-‘abdihi laylatan min al-masjidi al-harami ila al-masjidi al-aqsa.)
Este verso se refere a viagem de Maomé até o paraíso islâmico montado em um jumento alado, um evento conhecido dentro da mitologia islâmica como a Jornada Noturna (isra).

Este evento mitológico teria ocorrido no ano 621, e teria envolvido uma Mesquita Sagrada, que já existia em Meca, e uma “mesquita mais distante” que significaria, de fato, uma metáfora ou um lugar no paraíso. 14 Não existia fisicamente “mesquita mais distante” alguma em lugar algum.

Além disso, se uma “mesquita mais distante” existisse, ela não estaria na Palestina por dois motivos. Primeiro, a Palestina é referida pelo Alcorão 30:1 como a “terra próxima” (adna al-ard). Segundo, a Palestina só seria conquistada 17 anos mais tarde.

Os primeiros relatos muçulmanos de Jerusalém, como a descrição da visita relatada por um dos mais próximos companheiros de Maomé, o Califa Umar, logo após a conquista da cidade pelos jihadistas islâmicos, em 638, em momento algum mencionam o Monte do Templo com a “mesquita distante” do Alcorão. Era de se esperar que um evento de tal magnitude não tivesse passado despercebido por Umar.

Além do mais, Muhammad ibn al-Hanafiya (638-700), um parente próximo do profeta Maomé, é citado denegrindo a noção de que o profeta teria posto os pés sobre a rocha em Jerusalém. Ele teria dito que  “estes sírios, malditos”, referindo-se aos omíadas, “fingem que Deus colocou o pé sobre a rocha em Jerusalém, muito embora apenas uma pessoa tenha posto o seu pé sobre a rocha, ou seja, Abraão.” 17

Mas, para os califas omíadas a propaganda valia mais. Em 715, os califa omíada al Walid abriu uma segunda mesquita em Jerusalém, novamente no Monte do Templo, chamando-a de a Mesquita mais Distante (al-Masjid al-aqsa, Al-Aqsa). Com isso, os omíadas, retroativamente, deram à cidade um papel na vida de Maomé (mesmo sem Maomé nuncar ter posto o seu pé nela). Esta associação de Jerusalém com a Al-Masjid al-aqsa se encaixa dentro da tendência muçulmana, em geral, de tentar identificar nomes de lugares encontrados no Alcorão: “onde quer que o Alcorão mencione o nome de um evento, histórias foram inventadas para dar a impressão de que de alguma forma, em algum lugar, alguém sabia o que se passava”. 18

Mesquita Al Aqsa

 

Dentro do Domo da Rocha existes inscrições semelhantes às compiladas mais tarde no Alcorão, compondo um mosaico de 240 metros. Curiosamente, estas inscrições não incluem o verso do Alcorão 17:1 relativo a Jornada Noturna, sugerindo que ao ser construído, em 692, ainda não existia a idéia de associar Jerusalém com o decolagem do jumento alado para a Jornada Noturna (de fato, o primeiro comentário do Alcorão 17:1 referindo a Jerusalém data do século XI).

O mais interessante de tudo é que dentro do Domo da Rocha (e não dentro da Al Aqsa) existe uma estrutura rochosa que muçulmanos passaram a dizer ter sido o lugar onde o jumento alado de Maomé descansou antes de levar Maomé aos céus na sua Jornada Noturna. Mas esta narrativa começou apenas no século XI.

Uma curiosidade: ao afirmar que Maomé foi para o céu a partir de Jerusalém, o islamismo concede não ser possível ir para o céu a partir de Meca.

Jerusalém caiu no esquecimento com a dissolução do califado omíada. A capital do novo califado (abássida) era em Bagdá e não existia interesse naquele canto remoto do califado. A situação da cidade se tornou tão lamentável que o próprio domo do Domo da Rocha ruiu no ano 1016. A cidade deteriorou tanto que se tornou um caos. O nível educacional era precário, e os cristãos eram numerosos. 27

Veio então a Primeira Cruzada e a conquista de Jerusalém em 1099. A reação nas crônicas islâmicas na época foram poucas e levou mais de cinco décadas para que um sentimento de Jihad fosse acendido em 1150. Hadices (tradições de Maomé) foram inventados contendo narrativas que relacionavam Maomé com Jerusalém, para ajudar a convencer os muçulmanos a participarem de uma Jihad para re-conquistar Jerusalém, algo que apenas aconteceria em 1187.

Após esta conquista, os governadores muçulmanos, descendentes de Saladin, construíram novos prédios para impor um caráter mais islâmico a cidade. Pela primeira vez, prédios islâmicos foram construídos fora da cidade. É desta época, segundo Oleg Grabar, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que o Domo da Rocha veio a ser definido como o local de onde a ascenção de Maomé ao paraíso dentro da Jornada Noturna (miraj) teria ocorrido. 36

Mas, com Jerusalém na mão dos muçulmanos, o interessa pela cidade decresceu e ela, novamente, se viu relegada a um plano secundário.

O pouco valor de Jerusalém para o islão torna-se visível na negociata feita pelo governador do Egito, al-Kamil, um neto de Saladin. Ele entregou Jerusalém para o controle do emperador alemão Frederico II, em troca do seu apoio contra al-Mu’azam, rival de al-Kamil. 39 Ou seja, o neto de Saladin usou a cidade que o seu avô havia conquistado com tanto esforço como barganha de comércio.

Jerusalém seria novamente conquistada, desta vez por outro governador egípcio, an-Nasir Da’ud, em 1239, que mais uma vez negociou a cidade com os cruzados em troca de apoio contra alguns de seus parentes. Jerusalém virou peça de barganha, o que seria inadmissível se fosse realmente um lugar tão sagrado pelos muçulmanos da época.

Contudo, nesta época, algo interessante aconteceu. Como os cristãos vieram, por várias vezes de milhares de quilômetros de distância, buscando tornar Jerusalém na sua capital, isso teve um efeito psicológico sobre os muçulmanos: se esta cidade era tão cobiçada pelos infiéis cristãos, então ela também deveria ser importante para os muçulmanos. 43  Este comportamento é conhecido como inveja patológica, que é o desejo doentio de tomar para sí aquilo que o outro possui ou almeja, ou desejo de destruir aquilo que o outro deseja. [3]

Isso explica bem o motivo de Jerusalém só ganhar proeminência no islão quando ela é governada por não muçulmanos. Quando isso não ocorre, ela é abandonada.

“A inveja patológica demonstra o desejo de posse de algo, só existente pelo sentido de ausência, de perda, em que o bom é projetado para o que é do outro, sendo o mau posto por inteiro no próprio. A inveja pressupõe então um desejo de posse para a aniquilação ou destruição do que é invejado e, segundo interpretações da psicologia clássica, pode ser lida como uma forma de expressão da pulsão de morte, uma vez que a sua existência em larga escala não amplia, não transforma, não elabora nada da própria pessoa ou dos outros: apenas se apropria e extingue.” [4]

Inveja patológica

A cidade voltaria às mãos muçulmanas em 1244, permanecendo deste modo por quase 7 séculos, sob o controle dos mamelucos egípcios e depois dos otomanos turcos.

Durante os mamelucos (1250-1516) a cidade foi abandonada, tornando-se o lugar ideal para o exílio de presos políticos. Como a cidade não tinha muralhas (elas foram destruídas em 1219) ela era presa fácil para saqueadores, o que provocou um exodo da sua população, que caiu para cerca de 4 mil pessoas.

Durante os otomanos (1516-1917) existiu um interesse inicial por parte de Solimão I, o Magnífico (califa de 1520 a 1566), que reconstruiu os muros da cidade (1541) e proveu água para a cidade. Mas logo tudo voltou à normalidade e Jerusalém caiu no esquecimento. Em 1806, a população de Jerusalém era de 9 mil habitantes.

A abandono de Jerusalém foi registrado por diversos peregrinos e  turistas ocidentais. Constantin Volneyum dos observadores mais detalhados, observou, em 1784, “paredes destruídas, seu fosso cheio de detritosseu circuito de cidade engasgado com ruínas.” Chateaubriand escreveu “que desolação e miséria!“.

Gustav Flaubert, de Madame Bovary, visitou em 1850 e encontrou “ruínas em todos os lugares e em todos os lugares o odor de sepulturas. Parece que a maldição do Senhor paira sobre a cidade. A Cidade Santa de três religiões está apodrecendo longe do tédio, deserção, e negligência.” Herman Melville, em 1857, comentou infelizes são os favoritos do Céu.” Mark Twain, em 1867, descobriu que Jerusalém perdeu toda a sua grandeza antiga, e se tornou uma aldeia pobre.”

Mark Twain visitou a Terra Santa em 1867 e ficou chocado com a sua desolação e abandono

O Domo da Rocha em 1875: abandono e desinteresse total por parte dos muçulmanos

Durante a Primeira Guerra Mundial, os ingleses relataram que os árabes não tinham interesse em nada que ficasse ao sul de Damasco, indicando, deste modo, a falta de interesse árabe por Jerusalém. Quanto aos otomanos, ao se retirarem da cidade, em 1917, eles planejaram detonar a cidade caso os britânicos entrassem nela. 47

Jerusalém apenas voltou a ser importante para os muçulmanos com a ocupação da cidade pelo Império Britânico, de 1917 até 1948, por dois motivos. Os britânicos eram vistos como cristãos governando sobre uma “terra islâmica”.  E, para piorar, os judeus começaram a reivindicar o estabelecimento de um país na Palestina. Políticos árabes começaram a visitar a cidade e discursos inflamados começaram a ser ouvidos na Mesquita de Al Aqsa.

O mais notável de todos foi o Mufti de Jerusalém, Hajj Amin al-Husayni (1985-1974), que fez do Templo do Monte um quartel general do anti-semitismo e contra o movimento sionista. Seus esforços incluiram a promoção de um encontro de estudiosos em 1931, arregimentar recursos para a reconstrução do Domo da Rocha e da Mesquita Al Aqsa no mundo árabe (mostrando desenhos que mostravam o Templo do Monte com uma estrela de David sobreposta), bom como em instigar vários pogrons contra os judeus (e isso sem mencionar a sua colaboração com o nazismo e com Hitler).

Algo muito importante a destacar é que foi nesta época que uma nova narrativa para justificar a supremacia do islão sobre o judaísmo emergiu, após os distúrbios entre muçulmanos e judeus em 1929: a de que Maomé amarrou o seu jumento alado Burack no Muro das Lamentações. 49  Mais uma vez, a fé islâmica foi manipulada para atender aos interesses políticos do momento.

Judeus rezam à frente do Muro das Lamentações (Kotel), foto de 1927.
Este muro fez parte do complexo do Templo de Herodes.

Entre 1948 e 1967, a cidade de Jerusalém esteve sob o controle da Jordânia, ou seja, do islão. Mais uma vez, a cidade perdeu um pouco do seu interesse. As instituições islâmicas que existiam em Jerusalém foram transferidas para Amã, e Jerusalém tornou-se menos importante que Nablus. A oração da sexta-feira, a mais importante dos muçulmanos, era transmitida da mesquita de Amã, e não da Al Aqsa. E até mesmo a Organização para Libertação da Palestina, fundada durante este período na Jordânia, não menciona Jerusalém na sua Carta de Fundação de 1964. Neste período, os judeus não eram permitidos de rezar no Muro das Lamentações.

Com a Guerra em 1967, Jerusalém caiu sobre o controle de Israel, mantendo, contudo, o controle do Templo do Monte com os muçulmanos. Mas, do mesmo jeito que durante as cruzadas, o fato de Jerusalém estar sob o controle dos kufar, os descrentes não muçulmanos, fez com que, de repente, Jerusalém voltasse a ser valorizada, servindo como uma peça de propaganda usada para instigar o mundo islâmico a uma jihad. Países e organizações islâmicas se servem disso. A Organização da Cooperação Islâmica foi fundada a partir deste ímpeto. E Jerusalém foi re-erguida ao status de terceiro lugar mais sagrado do mundo islâmico.

O que se vê hoje são várias peças de propaganda sendo usadas para promover a reivindicação a Jerusalém por parte dos supremacistas islâmicos:

  • O islão tem uma conexão com Jerusalém que antecede aquela dos judeus.

Como fica difícil fazer isso com Maomé, os muçulmanos usam Abraão, Moisés, David e Jesus, como profetas do islão. 66  Em outras palavras, os muçulmanos se usam de figuras centrais do judaísmo e do cristianismo como se eles tivessem sido proto-muçulmanos. A tal ponto de palestinos afirmarem que “Jerusalém é islâmica desde a criação do mundo.” 67

  • O Alcorão menciona Jerusalém.
O que tem sido feito para resolver esta ausência e cometer a blasfêmia de inserir texto no Alcorão. Diversas versões do Alcorão tem a palavra Jerusalém seguindo, ou mesmo substituindo, Al Aqsa
  • Maomé visitou Jerusalém.

O revisionismo é feito de diversas maneiras, incluindo-se aí apologistas modernos, tais como Karen Armstrong, que sustentam que a visita de Maomé a Jerusalém (e ao paraíso islâmico) foi espiritual. 75  O interessante é que doutores do islão a criticam, pois, para eles, Maomé foi para os céus fisicamente. 76

  • Jerusalém não tem importância alguma para os judeus
Muçulmanos negam toda e qualquer ligação judaica a Jerusalém, negando inclusive as ligações comprovadamente históricas, como o Segundo Templo e a sua destruição pelos romanos. Atualmente, existe um esforço para que o Muro das Lamentações seja declarado como islâmico (inclusive, tentativas recentes para que a UNESCO declare isso). Existe também um esforço em andamento sobre a imprensa internacional, governos de outros países, bem como sobre a ONU, para que ela adote os nomes islâmicos ao invés dos nomes judaico-cristãos.
Uma tentativa mais recente para negar qualquer tipo de ligação judáica com a cidade, sob a alegação que Jerusalém é 100% árabe, palestina e sagrada para o islão. 94

Apesar de tudo isso, tem existido muçulmanos honestos e com clareza de raciocínio. Citando alguns abaixo:

  • Ibn Taymiya (1263-1328), influente pensador do islamismo ortodoxo, disse que a sacralidade de Jerusalém é uma noção que vem dos cristãos e judeus, e também da rivalidade dos omíadas com Meca.
  • Ibn Qayyim al-Jawziya (1292-1350) rejeitou os hadices (tradições de Maomé) sobre Jerusalém, criados na época das cruzadas, como falsos.
  • Muhammad Abu Zayd escreveu um livro, no Egito, em 1930 (retirado de circulação) dizendo que a Jornada Noturna não tem relação alguma com Jerusalém, mas com Meca e Medina. 102
  • Em uma reunião de cúpula de líderes árabes em março de 2001, Muammar al-Qadhafi fez piada com a obsessão dos seus colegas com Al-Aqsa. Pro inferno com isso”, delegados, citou-o dizendo: “você resolve ou não, é apenas uma mesquita, e eu posso rezar em qualquer lugar.”103
  • O próprio Alcorão (2: 145) reconhece que os muçulmanos têm uma qibla (direção para oração) e “o povo do Livro” outra.
  • Abdul Hadi Palazzi, diretor do Instituto Cultural do Community, escreveu que “Jerusalém tem para o povo judeu o mesmo papel que tem Meca tem para os muçulmanos.” 107
  • Palazzi diz ainda que “não há qualquer razão teológica para negar o mesmo direito dos judeus sobre Jerusalém. 110
  • Palazzi ainda se refere a passagens do Alcorão, negligenciadas por conveniência política, que cita Moisés instruindo os judeus a “entrem na Terra Santa que Alá atribuiu a vocês” (5:22-23). Em outra passagem, Alá diz:  “Nós dissemos aos Filhos de Israel: ‘Residam em segurança na sua Terra” (17:104).  E o verso 2:145 que declara que os judeus “não irião seguir o seu qibla, nem vocês irão seguir o deles“, indicando um reconhecimento do Monte do Templo como direção de oração dos judeus“O próprio Deus está dizendo que Jerusalém é tão importante para os judeus como Meca é para muçulmanos.” 111
Muçulmanos rezando no Templo do Monte:
na direção de Meca e de costas para o Domo da Rocha

Referências

1. The Muslim claim to Jerusalem, Daniel Pipes, Middle East Quarterly, Setembro de 2001.

2. More on the Muslim claim to Jerusalem, Daniel Pipes, Middle East Forum, Novembro de 2001, com atualizações.

3. A inveja como condição de doença, Blog Amigo da Saúde.

4. A inveja, Pedro Stretch.

5. The Qur’an: Israel Is Not for the Jews: Claims to the Holy Land, Robert Spencer, Middle East Quarterly, Outono de 2009, pp. 3-8.

Citações oriundas da Referência [1] e que aparecem no texto:

14  B. Schreike, “Die Himmelreise Muhammeds,” Der Islam 6 (1915-16): 1-30; J. Horovitz, “Muhammeds Himmelfahrt,” Der Islam 9 (1919): 159-83; Heribert Busse, “Jerusalem in the Story of Muhammad’s Night Journey and Ascension,” Jerusalem Studies in Arabic and Islam 14 (1991): 1-40. See also Heribert Busse and Georg Kretschmar, Jerusalemer Heiligstumstraditionen (Weisbaden: Otto Harrassowitz, 1987).
17 Quoted in Joseph van Ess, “‘Abd al-Malik and the Dome of the Rock,” Bayt al-Maqdis: `Abd al-Malik’s Jerusalem, ed. Julian Raby and Jeremy Johns (Oxford: Oxford University Press, 1992), vol. 1, p. 93.
18  Ibn al-Rawandi, “Origins of Islam: A Critical Look at the Sources,” The Quest for the Historical Muhammad, ed. Ibn Warraq (New York: Prometheus, 2000), p.101.
27 Shams ad-Din al-Muqaddasi, Ahsan at-Taqasim fi Ma`rifat at-Taqalim, ed. M. J. de Goeje (Leiden: E. J. Brill, 1877). Quoted in Guy Le Strange, Palestine under the Moslems (Boston: Houghton Mifflin, 1890), p. 86.
36  Oleg Grabar Mohammad Al-Asad, Abeer Audeh, and Said Nuseibeh, The Shape of the Holy (Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1996), p. 157. See also p. 113.
39  R.J.C. Broadhurst, A History of the Ayyubid Sultans of Egypt Translated from the Arabic of al-Maqrizi (Boston: Twayne, 1980), p. 26.
43 Sivan, Interpretations of Islam, p. 100.
47  Quoted in Pierre van Paasen, Days of Our Years (New York: Hillman-Curl, 1939), p. 379. Although van Paasen’s credibility has sometimes been called into doubt, his biographers H. David Kirk and Beverly Tansey have checked out “his often colorful pronouncements against the sober realities” and found him reliable (“Pierre van Paasen’s Unheeded Warnings of a Coming Holocaust,” Midstream, July/Aug. 2000, p. 10.
49  Milhemet Ha-Meqomot Ha-Qedoshim (Jerusalem: Makhon Yerushalayim Le-Heker Yisrael, 2000).
66 Ghada Talhami, “Jerusalem in the Muslim Consciousness,” The Muslim World, 86 (1996): 229.
67  Yunis Yusuf, a 78-year old Palestinian who sells vegetables in the Dheisheh refugee camp, in Christine Hauser, “Jerusalem is explosive issue at U.S. peace summit,” Reuters, July 10, 2000.
75 Time.com, Apr. 10, 2001.
76  See http://al-awda.org, May 16, 2001.
94  At-Tabari, Ta’rikh ar-Rusul wa’l-Muluk, vol. 1, ed. M.J. de Goeje, et al. (Leiden: E.J. Brill, 1879-1901), pp. 2408-09; text in Bernard Lewis, Islam from the Prophet Muhammad to the Capture of Constantinople, vol. 2 of Religion and Society (New York: Harper & Row, 1974), p. 3.
102  Ami Ayalon, Egypt’s Quest for Cultural Orientation (Tel Aviv: Tel Aviv University, 1999), p. 7. Reference to Arthur Jeffrey, “The Suppressed Qur’an Commentary of Muhammad Abu Zaid,” Der Islam 20 (1932), p. 306.
103  Reuters, Mar. 28, 2001.
107  Abdul Hadi Palazzi, “Antizionism and Antisemitism in the Contemporary Islamic Milieu” at http://www.ummah.net/islamic_institute/.
110  Abdul Hadi Palazzi, “Antizionism and Antisemitism at http://www.ummah.net/islamic_institute/. Palazzi also notes the curious fact that those Islamists who closely follow Ibn Taymiya’s ideas about politics are also the ones leading the fight for an Islamic Jerusalem; they choose entirely to ignore the fact that Ibn Taymiya himself saw no special role for Jerusalem in Islam.
111  The Jerusalem Post, Feb. 28, 1997.

Bíblia judaica menciona Jerusalém 669 vezes. Os judeus vem rezando “ano que vem, em Jerusalém” a milhares de anos. O Novo Testamento menciona Jerusalém tantas vezes (154), a tal ponto de a espiritualiza-la como a “Jerusalém Celeste“.  Seria então lógico de se pensar que tamanho barulho feito pelos muçulmanos fosse justificado. Porém, para a surpresa de todos, o Alcorão não menciona Jerusalém um única vez!

O Alcorão diz que Alá deu a Terra de Israel aos judeus:

Por: Abdul Hadi Palazzi
O Alcorão diz: “Para Moisés Nós [Alá] demos nove sinais claros. Pergunte aos israelitas como ele [Moisés] primeiro apareceu entre eles. O Faraó disse a ele: ‘Moisés, eu posso ver que você está enfeitiçado’. ‘Você sabe perfeitamente’, ele [Moisés] respondeu, ‘que ninguém além do D-us dos céus e da terra revelou estes sinais visíveis. Faraó, você está condenado’”.
” O Faraó procurou assustar [os israelitas] fora da terra [de Israel]: mas Nós [Alá] o submergimos [o Faraó] junto com todos os que estavam com ele. Então Nós [Alá] dissemos aos israelitas: ‘Habitem nesta terra [a Terra de Israel]. Quando a promessa para o futuro [Fim dos Dias] vier a ser cumprida, Nós [Alá] os reuniremos [os israelitas] todos juntos [na Terra de Israel].”
” Nós [Alá] revelamos o Alcorão com a verdade e com a verdade ele permanece. Nós o enviamos [Maomé] adiante só para proclamar boas novas e fazer advertências”.
[Alcorão, “Viagem Noturna”, capítulo 17:100-104]
Veja abaixo na integra os comentários de Abdul Hadi Palazzi que é Sheik, professor do Instituto de Pesquisas em Estudos Antropológicos, em Roma, conferencista no Departamento da História de Religião na Universidade de Velletri (Itália) e Imã (líder espiritual) da Comunidade islâmica italiana:
O Senhor quis dar a Abraão uma bênção dupla, por Ismael e por Isaac, e ordenou aos descendentes de Ismael que deveriam habitar no deserto de Arábia e aos de Isaac em Canaã.

O Alcorão reconhece a Terra de Israel como a herança dos judeus e explica que, antes do Último Julgamento, os judeus retornarão para residir lá. Esta profecia já foi cumprida. Os muçulmanos precisam reconhecer o Estado de Israel como um Estado judeu .

Existe alguma razão fundamental que proíba os muçulmanos de reconhecer Israel como um Estado amistoso?
Creio que uma resposta negativa para essa pergunta é aceita como verdadeira pela opinião popular. Minha colocação, entretanto, não é baseada na opinião popular ou na posição política atual, mas numa análise teológica de fontes islâmicas autênticas.

Ver o retorno judaico a Israel como uma invasão do Ocidente e sionistas como modernos colonizadores é novidade. Isso não tem nenhuma base na autêntica fé islâmica. De acordo com o Alcorão, nenhuma pessoa, povo ou comunidade religiosa pode reivindicar o direito permanente de posse sobre qualquer território. A Terra pertence exclusivamente a D-us, e Ele é livre para confiar soberania sobre a terra para quem Ele deseje por qualquer período de tempo que Ele escolha. 
” Diga: ‘O D-us, Rei do reino (1), Tu deste o reino para quem Tu favoreces, e Tu despojastes o reino àquele a que Tu favoreces; Tu provês com honra a quem Tu favoreces, e Tu trouxeste o humilde a quem Tu favoreces: O melhor de tudo está em Vossa mão. Verdadeiramente, Tu tens o poder sobre todas as coisas’”. (2) [Alcorão 3:26] 
Do verso corânico acima deduzimos um princípio básico da filosofia monoteística da história: D-us decide como Ele deseja no relacionamento entre povos e nações. Às vezes Ele dá uma terra a um povo, e às vezes Ele retoma Sua posse e a dá a outro povo.

Em geral, podemos afirmar que Ele entrega como uma recompensa pela fidelidade e a toma de volta como um castigo pela maldade, mas esta regra não nos permite dizer que os caminhos de D-us sempre sejam simples e claros aos nossos olhos, visto que os Seus segredos são inacessíveis ao intelecto humano.

Usar o Islã como uma base para impedir que os árabes reconheçam os direitos de soberania dos judeus sobre a Terra de Israel é novidade. Não são encontradas tais convicções nas fontes islâmicas clássicas.
Concluindo, o anti-sionismo como conseqüência lógica da fé islâmica é um erro. Esta conclusão representa a falsa transformação do Islã de uma religião para uma ideologia secularizada.

Essa falsa transformação do Islã foi feita, na realidade, pelo último mufti de Jerusalém, Haj Amin el-Husseini. Ele foi a pessoa mais responsável, moral e materialmente, pelas repetidas derrotas árabes no seu conflito com os judeus de Israel.

Husseini não só incitou os árabes contra os judeus. Ele também encorajou a tortura e o assassinato de todos os árabes que corretamente haviam entendido que a cooperação árabe para com os judeus era uma preciosa oportunidade para o desenvolvimento da Terra de Israel. Husseini terminou sua vida infeliz colocando seus pervertidos ensinamentos religiosos a serviço dos maléficos e pagãos nazistas.

Depois de Husseini veio Gamal al-Din ‘Abd al-Nasser. Nasser estruturou sua política no Pan-Arabismo, ódio e desprezo pelos judeus, e uma aliança com a atéia União Soviética. As terríveis escolhas de Nasser foram fatores críticos para manter o atraso árabe. Felizmente, a maioria dos erros de Nasser foi corrigida posteriormente pelo mártir Anwar Sadat. (3)
Após a queda do nasserismo, movimentos fundamentalistas islâmicos fizeram do anti-sionismo o principal produto da sua propaganda, Eles estabeleceram a negativa de qualquer direito dos judeus à Terra de Israel como está enraizado no autêntico Islã e derivado dos princípios religiosos islâmicos autênticos.

A Terra de Israel na exegese do Alcorão:

O programa muçulmano fundamentalista para usar o Islã como um instrumento político de guerra contra os judeus encontra seu principal obstáculo no próprio Alcorão. A Bíblia e o Alcorão declaram de forma bem clara que o direito dos israelitas à Terra de Israel não depende de conquistas e colonização. Este direito flui do testamento de D-us Onipotente.
Ambas as escrituras, a judaica e a islâmica ensinam que D-us, através de Seu servo escolhido Moisés, decidiu livrar a descendência de Jacob da escravidão no Egito e os constituir como herdeiros da Terra Prometida. Aqueles que reivindicam que a soberania judaica sobre a Terra de Israel é algo novo e baseados em políticas humanas negam a revelação divina e profecia divina como explicitamente está expresso em nossos Livros Sagrados (a Bíblia e Alcorão).
O Alcorão relata as palavras pelas quais Moisés ordenou que os israelitas conquistassem a Terra:
” E [lembre-se] quando Moisés disse ao seu povo: ‘O meu povo, mantenha na memória a graça de D-us para convosco, quando ele criou os profetas entre vós, fez-lhe os reis, e deu a você o que Ele não tinha dado a qualquer outro entre os povos. O meu povo, entre na Terra Santa que D-us designou para você, e não retroceda de maneira desonrosa, para que então você não seja destruído, por sua própria ruína’”. [Alcorão 5:20-21]
Além disso — e aqueles que tentam sempre usar o Islã como uma arma contra Israel ignoram por conveniência este ponto — o Alcorão Santo refere-se explicitamente ao retorno dos judeus à Terra de Israel antes do Último Julgamento — onde diz: “E depois disso Nós [Alá] dissemos aos Filhos de Israel: ‘Habite com segurança na Terra Prometida. E quando a última advertência vier para passar, nós iremos reuni-lo junto a uma multidão unificada’”. [Alcorão 17:104]
Dessa forma, do ponto de vista islâmico, não há nenhuma razão fundamental que proíba os muçulmanos de reconhecerem Israel como um Estado amigo.
O Islã e normalização de relações entre estados islâmicos e o Estado judeu:
Documentos da OLP (Organização da Libertação da Palestina) não podem ser considerados islâmicos de forma alguma. Os líderes da OLP são um bando de criminosos e ladrões, e os árabes serão as maiores vítimas de qualquer suposto “Estado palestino” sob a liderança deles.
Não acredito que o Islã seja fator de impedimento para a normalização entre os árabes e o Estado de Israel. O problema real é que os membros das classes dirigentes dos países árabes acreditam que sua autoridade e poder seriam ameaçados pela democracia, pela modernização e pela educação no mundo árabe. Eles usam uma interpretação distorcida do Islã como uma ferramenta política, e infelizmente a maioria de árabes sem cultura e na ignorância acredita na sua propaganda venenosa.
Creio que nós temos que retornar ao tempo em que o Islã esteve na vanguarda do progresso científico e no diálogo entre as crenças. Ao invés de falsos “líderes” como Kadhafi, Saddam Hussein, Arafat [el-Husseini] ou Yassin, nós os muçulmanos, precisamos novamente de verdadeiros líderes como al-Ghazali, Ibn Rushd e Ibn Khaldum.
O rei Fayssal do Iraque disse: “Os árabes, e particularmente os educados entre eles, têm que olhar para o movimento Sionista com profunda simpatia”.
Tragicamente, verdadeiros líderes tais como Fayssal foram silenciados, e fanáticos como Haj Amin al-Husseini prevaleceram.
As más conseqüências da vitória do fanatismo são claras para que todos vejam: judeus expulsos de países árabes onde viveram em paz durante mais de mil anos, refugiados “palestinos”, terrorismo, etc. Para evitar futuros erros nós temos que aprender com o nosso próprio passado.
Infelizmente, existem árabes que acreditam que eles têm que lutar contra Israel até que o destruam completamente (uma tragédia que eu não acredito que em tempo algum D-us de Israel permitirá que aconteça — Nunca novamente!).
Infelizmente, também há israelenses ingênuos e tolos que acreditam, inacreditavelmente para mim, que eles alcançarão a “paz” com seus vizinhos árabes, dando ao assassino “Arafat” [el-Husseini] um Estado, um exército, etc. Isto é insano. Vocês judeus são supostamente famosos por sua inteligência. Como podem alguns de seus “líderes” ser tão bobos?
Pela perspectiva do mundo natural, não sou otimista sobre o que o futuro guarda. Porém, da perspectiva sobrenatural de fé, nós que acreditamos em D-us temos que enfrentar o futuro com uma atitude positiva.
Temos que ter fé que nós veremos o dia quando a paz real e a prosperidade — que só pode estar baseada na verdadeira fé em D-us e na Palavra Dele (a Bíblia e Tradição rabínica para vocês; a Bíblia, o Alcorão e a autêntica tradição islâmica para nós) — se esparramarão através do mundo. Enquanto isso, temos que trabalhar juntos para preparar um futuro melhor.
Os muçulmanos devem reconhecer a soberania judaica sobre Jerusalém:
Do ponto de vista islâmico, há alguma razão fundamental que proíba os muçulmanos de reconhecer Jerusalém como um Lugar Santo islâmico e como a Capital do Estado de Israel?
Percebo que uma resposta negativa para a questão acima seja admitida como certa pela opinião popular. Minha colocação, porém, não está baseado na opinião popular ou na situação política atual, mas numa análise teológica de fontes islâmicas autênticas.

Jerusalém no Alcorão:

O argumento mais comum contra o reconhecimento muçulmano da soberania israelense sobre Jerusalém é que, desde que al-Quds [Jerusalém] (4) é um Lugar Santo para muçulmanos, os muçulmanos não podem aceitar que seja governado por não-muçulmanos, porque tal aceitação equivaleria a uma traição do Islã.
Antes de expressar nosso ponto de vista nesta questão, temos que refletir na razão pela qual Jerusalém e a Masjid al-Aqsa [a mesquita de Al-Aksa] ocupam tal posição sacra na fé islâmica.
Como é bem conhecida, a inclusão de Jerusalém entre lugares santos islâmicos deriva da al-Mi’raj, a Ascensão do Profeta Maomé ao céu. A Ascensão iniciou no Rochedo, normalmente identificada por sábios muçulmanos como a Pedra de Fundação do Templo judaico em Jerusalém, referindo-se a fontes judaicas.
Recordar esta ligação exige-nos que admitamos que não há nenhuma conexão entre al-Miraj [a Ascensão] e os direitos soberanos muçulmanos sobre Jerusalém uma vez que quando al-Miraj aconteceu, a Cidade não estava sob administração islâmica, e sim bizantina. Além disso, o Alcorão reconhece expressamente que Jerusalém representa para os judeus o mesmo que Meca para os muçulmanos.
Nós lemos:
” …Eles não seguirão a direção da sua oração (qiblah), nem vossa arte para seguir sua direção da oração; nem realmente irão eles seguir um ao outro a direção da oração…” (5)
Todos os comentaristas corânicos explicam esse “qiblah” de vossa [direção da oração para muçulmanos] é claramente a Ka’bah (Kaaba) de Meca, enquanto “sua qiblah” [a direção da oração para judeus] recorre ao Monte de Templo em Jerusalém.
Para citar só um dos comentaristas muçulmanos mais importantes, lemos no Comentário de Qadn Baydawn:
” Verdadeiramente, em suas orações os judeus orientam-se para o Rochedo (sakhrah), enquanto os cristãos se orientam em direção ao Oriente…” (6)
Em oposição completa ao que fundamentalistas “islâmicos” continuamente reivindicam, o Livro do Islã [o Alcorão] — como vimos agora mesmo — reconhece Jerusalém como a direção judaica da oração.
Alguns comentaristas muçulmanos também citam o Livro de Daniel (7) como uma prova para isto.
Depois de repassar as relevantes passagens corânicas relativas a este assunto, concluímos que, como ninguém pode negar aos muçulmanos a soberania completa sobre Meca, do ponto de vista islâmico — apesar das reivindicações contrárias e infundadas – não há nenhuma razão para que os muçulmanos neguem ao Estado de Israel – que é um Estado judeu — a soberania completa sobre Jerusalém.
Lugares Santos islâmicos
Sentimentos antijudaicos expressos pelas lideranças islâmicas através do Oriente Médio são, na realidade, de natureza não religiosa, mas, especialmente, política. A melhor prova disto está no fato de que o anti-judaísmo islâmico é bastante recente.
Omar terminou com a proibição romana que impedia os judeus de entrar em Jerusalém, os califas de Ummayad em Córdoba construíram uma sinagoga para Maimônides, e Salahu-d-Din (Saladino), depois de derrotar os cruzados, escreveu aos líderes judeus: “Seu exílio terminou. Quem queira voltar é bem-vindo”.
Fayssal, o último rei do Iraque expressava abertamente suas simpatias pelo movimento sionista, enquanto o rei Abdullah, da Jordânia era compelido a empreender uma guerra contra Israel pelos outros líderes árabes.
Recentemente, o residente árabe [“palestino”] do Wakf (autoridade religiosa para os lugares santos muçulmanos de Israel) fez pronunciamentos, tais como que o Muro Ocidental (Kotel) não é um santuário judeu, mas, particularmente, a parede pela qual o [corcel] do Profeta foi amarrado, ou, na melhor das hipóteses, a parede que cerca a mesquita muçulmana. O Wakf também declarou que todos de Hebron deveriam mudar para a situação de árabes residentes da Autoridade [“Palestina”], e que os judeus seriam proibidos de rezar na Caverna dos Patriarcas.
Essa espécie de declarações feitas pelos gângsters da OLP são ridículas e absurdas.
O Kotel foi efetivamente, de acordo com a tradição islâmica, o lugar onde al-Buraq [o corcel do Profeta] foi amarrado, mas já era uma parte existente da estrutura do Templo. Os muçulmanos nunca rezaram perto dele, e nunca teve uma relevância especial para o Islã. Pelo contrário, todo o mundo sabe como é importante para os judeus ortodoxos.
Com exceção de Meca, nenhum outro lugar santo islâmico está fora dos limites para não-muçulmanos. Fontes históricas dizem que o Profeta Maomé entreteve uma delegação de cristãos de Najran na Mesquita de Medina, e lhes permitiu celebrar uma missa dentro da mesquita, não obstante o fato de que ritos cristãos podem incluir palavras que estão em desacordo com o Islã [como declarar que Jesus é D-us].
Não há nada no culto judaico que possa ser considerado em oposição aos muçulmanos, e nada na lei islâmica impede aos judeus de rezarem em Haram al-Sharif / Har Habayyit (o Monte de Templo), na Caverna de Machpelá ou em qualquer outro lugar que é considerado santo pelos muçulmanos.
Toda vez que eu encontro aqueles que dizem o contrário, eu lhes peço que identifiquem uma única fonte islâmica autorizada como prova legal da sua afirmação. Nenhum deles alguma vez respondeu a esse meu pedido.
NOTAS: 
1. A palavra original em árabe que traduzimos como “reino” é mulk, de uma raiz semita m-l-k que é comum ao árabe e o hebraico. De acordo com a terminologia teológica islâmica, os três sinônimos para “reino” são mulk, malakut e jabarut. Eles recorrem respectivamente aos níveis físicos, psíquicos e espirituais da existência. É claro que D-us pode ser chamado o Rei de todos eles; se aqui só mulk é citado, isso decorre do fato de que este verso está diretamente relacionado ao domínio terrestre. Para simbolizar um reino no sentido secular e político, o árabe comumente usa outro termo derivado da forma que é mamlakah. 
2. Alcorão 3:26. Por razões tipográficas não é possível reproduzir aqui o texto em árabe original do Alcorão, que deve ser entendido não obstante como citado. Também aqui como em outros trechos corânicos, a tradução inglesa do significado das palavras corânicas do árabe é minha própria, mas baseado nos comentários ingleses mais autorizados, como o de M. Marmaduke Pickthall, “O Significado do Glorioso Alcorão” (Beirute, 1973), A. Yusuf ‘Ali, “O Santo Alcorão – Texto, Tradução e Comentário” (Maryland, 1983) e A.’A. Maududi, “O Santo Alcorão – Texto, Tradução e Notas Breves” (Lahore, 1986). 
3. Ao usar o termo “mártir” eu não me refiro simplesmente àquele que perdeu sua vida por uma boa causa. Eu dou uma tradução precisa da palavra “shahid” em árabe, que identifica um “mártir” no senso estritamente religioso; quer dizer, alguém que perdeu sua vida servindo a causa de D-us. Uma vez que fazer a paz com ex-inimigos é uma ordem corânica explícita (veja no Alcorão 8:61), e levando em conta que, de acordo com Islã, Paz é o próprio D-us, qualquer crente que é morto por causa da sua procura pela Paz deve ser entendido como um mártir religioso. As mesmas considerações aplicam-se claramente a Yitzhak Rabin. 
4.Nome árabe de Jerusalém, da raiz q-d-s, (do hebraico kadosh) que significa “santidade”. É uma forma abreviada de Bayt al-Maqdis, “a Casa Santificada” ou “a Casa do Santuário”, um exato equivalente do Beth [hebraico] ha-Mikdash. O nome originalmente se referia só ao Monte de Templo, mas foi estendido posteriormente para a cidade como um todo. Esta extensão do entendimento tornou-se comum entre os árabes do século 10 e.C.em diante. Fontes islâmicas mais antigas usam o nome Iliyia, uma adaptação para a pronúncia árabe do nome romano Aelia [Capitolina]. 
5. Alcorão 2:145. 
6. M. Shaykh Zadeh Hashiyaah ‘ali Tafsir al-Qadn al-Baydawn (Istambul 1979), Vol. 1, pág. 456. 
7. Daniel 6:10 
*Abdul Hadi Palazzi é sheik, professor do Instituto de Pesquisas em Estudos Antropológicos, em Roma, e esteve nos Estados Unidos, como professor convidado da Yale University, para realizar conferências sobre as possibilidades de trazer a democracia par o mundo árabe. É conferencista no Departamento da História de Religião na Universidade de Velletri (Roma, Itália). Em 1987, assumiu a função de Imã (líder espiritual) da Comunidade islâmica italiana. Palazzi possui Ph.D em Ciências islâmicas. Em 1989 foi designado membro do conselho da Associação Muçulmana Italiana (AMI) e depois seu secretário geral. Em 1991 assumiu a direção do Instituto Cultural da Comunidade islâmica italiana (ICCII), com um programa baseado no desenvolvimento de educação islâmica na Itália, refutação de fundamentalismo e fanatismo, e envolvimento fundo em diálogo interreligioso, especialmente com os judeus e cristãos. Em 1998, prof. Palazzi e dr. Asher Eder (Jerusalém, Israel) fundaram A Associação Islã-Israel para promover uma ação muçulmana positiva em direção aos judeus e a Israel, baseado na crença do Prof. Palazzi sobre os ensinamentos autênticos de Maomé, como expressado no Alcorão e na Hadith (a Tradição Oral muçulmana). Palazzi é co-presidente muçulmano e o dr. Eder o co-presidente judeu da Associação.
Outra Fonte: https://vejanoticias.codigoxhost.com.br/farsa-revelada-se-jerusalem-e-importante-para-o-isla-por-que-nao-esta-no-alcorao/

Pastor Flávio Gabriel

Tem 50 anos, casado há 31 anos, pai de Israel Gabriel, com ministério pastoral há 29 anos, Bacharel em Teologia, Pastor auxiliar na Igreja Evangélica Vida com Vida em Nilópolis, RJ, Brasil, é Professor e Coordenador da EBD, Professor de Escatologia, criador do Seminário de Escatologia Bereiano, desenvolvedor de Apps e autor dos Livros: Igrejas Evangélicas que se Tornam Seitas Perigosas, OVNIs ETs e a BÍBLIA e Como Não Amar Esta Mulher? Tem como sua maior conquista sua familia.

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